Como você sabe, os Himalaias abrigam a cadeia montanhosa mais alta do planeta — cordilheira que se estende por cinco países (Índia, Paquistão, Nepal, Butão e China) e inclui algumas das montanhas mais altas da Terra, como o K2, o Kangchenjunga, o Lhotse e, claro, o Everest. No entanto, o que nem todo mundo sabe é que essa região também abriga uma peculiar espécie de abelhas, a Apis dorsata laboriosa, cuja peculiaridade é produzir mel com propriedades psicotrópicas.

Foto: Andrew Newey.

Nas profundezas das Montanhas do Himalaya vive uma espécie de abelha que produz um mel, que é chamado pelos nativos de “mel louco”. O mel louco ou vermelho, é produzido pela Apis Dorsata Laboriosa, ou “Abelha do Penhasco”. Essa espécie de abelha é a maior no mundo e produz um mel incomum.registros de Andrew Newey.

Apis dorsata produz seu mel através das flores de Rododendro que contêm uma toxina chamada graianotoxina que é venenosa para os humanos. O mel feito desse néctar venenoso é um poderoso alucinógeno que possui inúmeros benefícios para a saúde. Em pequenas quantidades, o mel é relaxante, e um pouco inebriante. Seu gosto tem sido descrito como bastante agradável. Porém, em doses maiores, o mel louco pode causar intoxicação de rododendro, ou intoxicação por mel, o que provoca vômitos, fraqueza muscular, e irregularidades cardíacas

Apenas 500g do mel chega a custar de 60 a 180 dólares por ser tão difícil de colher. Além de ser produzido apenas durante certas estações do ano, o mel se encontra em sua maioria em penhascos, e o processo para adquirí-lo pode ser perigoso. Suas ferroadas também são doloridas, capazes de furar até roupas grossas de apicultores.

Quanto à sensação de comer o mel, é importante saber seus efeitos antes de comê-lo. Duas colheres de chá, a dose recomendada pelos caçadores do mel, a temperatura e a pressão descem, pode dar calafrios, sensação de enjoo, moleza excessiva, e claro, alucinações. Em exagero, pode gerar até paralisia temporária, desidratação, e sem os devidos cuidados, é letal.

Os nativos, no entanto, também usam doses bem pequenas como anti-séptico, para tratar tosses, e para aliviar a dor.

Mesmo que seja prejudicial em doses elevadas, os moradores locais vão até lugares extraordinários dentro da montanha para colocar suas mãos no incrível mel. Veja o mini documentário que explica bem o assunto, link abaixo! Legendas disponíveis!

A produção de mel de Gurung, como outros produtos locais, está ameaçada. Os fatores mais importantes para isso são o fato de que o privilégio de colher o Mel de Gurung, cujos benefícios médicos começaram a ser conhecidos – a partir do qual se popularizou – passou a ser concedido a empreiteiras e não à tribo, a relutância dos homens da tribo para aprender esta profissão, e a diminuição do número de abelhas do Himalaia nas mudanças das condições climáticas. Além disso, a inclusão da região e essa extraordinária caça ao mel nos roteiros turísticos também leva ao esgotamento dos recursos para a caça ao mel.


Fontes: Strickland, SS Honey Hunting, dos Gurungs Of Nepal

Senocak, Cemalettin. Apicultura

Bober, Phyllis Pray. Arte, Cultura e Cozinha na Antiguidade e na Idade Média

(Trans. Ulkun Tansel)

Fonte: Wiki + Higher Perspectives